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Jogos sem jogadora

Subtítulo: da ilusão de soberania


-Eu não quero te perder
*Mas quem disse que você já me ganhou?
-Eu te quero
*Mas eu não sou de ninguém.


(Em um verão frio)

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A empada e a lâmpada que não era do Aladim

Naquele natal não montara a árvore de natal: na véspera pegou apenas um enfeitizinho amarelado para não passar só em branco. As compras foram feitas, presentinhos para os próximos, de uma forma a retribuir naturalmente o que ganharia com um sorriso de que já sabia bem como funcionavam os scripts. Naquela tarde, aliás como já em outras, não havia compromissos formais. Era a época dos encontros e reencontros sociais e confraternizações coletivas. Certo. Um copo de cerveja. Desce bem, gelada. Movimentos de gente subindo e descendo. Vários ois, um e outro abraço. Sorriso. Percebe-se que estava em jejum. E sabe que se assim permanecer, logo mais, estará vomitando e dormindo, o que estragará a noite de alguém que conta com sua presença, pelo menos. Pede-se uma empada de... palmito (poderia ser de qualquer coisa, escolheu mais por opção de não se lembrar de ter já pedido alguma vez esse recheio). Do jeito que se serve,  a gente vê como comer. Se tem garfo e faca, então já se def

Início – primeira vez – origem – princípio – o melhor de mim – o pior de mim

[Uma personagem. Ambiente com baixa luminosidade. Ao longo da narrativa, outros três personagens iluminam com suas lanternas o espaço e o corpo daquela personagem. Uma caixa metálica fosca, velha, com rodas quadradas.] A primeira vez foi num parque de diversões. Até que enfim a hora marcada do trem. Mas aquilo me soou estranho. O que na minha imaginação poderia ser prazer e emoção tornou-se apenas um compromisso. O gostoso da brincadeira é o brincar. Que coisa estranha marcar, agendar a data e o horário para ir se entreter. - Você tem direito a cinco fichas. Pode escolher seus brinquedos. Isso era uma das partes geradoras de todo aquele superficialismo. Eu não precisara nunca de fichas ou ingressos para me divertir. E como poderia parar no meio da brincadeira, caso não mais quisesse continuar? Nem pensava em imprevistos possíveis, mas no simples desejo de não querer ir além. É certo que quem não aguentasse poderia gritar, espernear-se, chorar, e então eles parariam. Ma