Esta é uma historinha. É sobre a agenda Charme, da Tilibra, capa dura, presente de Natal. Eu queria nada no Natal de 94/95 e ganhei. Já que aquele nada ganhou materialidade, nele registro pessoas conhecidas, vividas, vivas e mortas. Um comentário sobre isso:
Uma agenda de 1995
tornou-se o lugar onde anoto os aniversários de pessoas que conheço na vida.
Depois
há quem diga que não me esqueço de aniversário de ninguém. Pudera... Todo mundo
que me fala a festiva data, eu anoto. Às vezes, chego bêbada em casa, abro a
gaveta, pego a agenda, caneta e escrevo. Não raras vezes, não me lembro como
descobri tal data de tal pessoa. Mas confio. Sempre que liguei para dar os
parabéns, mesmo não tendo certeza, acerto. Há quem diz: Nossa! Você lembrou!
Sou educada e hipócrita: não tem como esquecer... Só não digo que não esqueço
por causa da agenda de 1995... Mas tudo bem, hoje em dia tem orkut, facebook,
twitter, wikipedia. Não é difícil tarefa
descobrir ou ser lembrada de aniversários. Para nem todas eu ligo, certamente.
Mas não posso dizer que não são lembradas, mesmo não querendo, às vezes. Há
também períodos que, por opção, não olho a agenda. Quando me esqueço de olhar na
agenda, aí tudo isso não funciona muito bem. E há pessoas que eu nem preciso da
agenda. Poucas, hoje em dia, mas há.
(Uma tarde de passar rascunhos a limpo)
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