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Em tempo


A música que oscila
entre o mais doce
e o mais agressivo.
Um tempo
Uma pausa
Um silêncio maior
Uma espera

Uma voz que diz
o não esperado
de uma leveza
que chega a cavar
profundo

Não há legendas
Há certezas
perguntas
e olhares diretos

Sem intermediários
Vontade incessante
de ouvir muitas
muitas vezes
um instrumental

Ensaios de uma
obra não acabada

Ensaios de algo
que não tem
fim próximo

Ensaios de aproximação

Ensaios de percepções
e escutas

Ensaios de falas
que atravessam

Ensaios de horas
que não passam

Ensaios que
esgotam mas
que são desejados
para continuarem

Ensaios de falas
nunca ditas

Ensaios de
organicidade
 
comunicabilidade

sintonia

alma

sustentação.

Imagem linda. E músicas tão lindas também.

(Madrugada de primavera dos "amores inconfessos")

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Outras notas

Barbari(e)dade

     Na antiguidade, bárbaros eram os povos que não falavam a mesma língua dominante. O estrangeiro, o outro. Depois vemos esse sentido circular em torno daquele que não é civilizado, rude. Em tempos de pandemia, talvez retornemos a esse lugar: não estamos falando a mesma língua. Quase uma média de 1000 mortos por dia no Brasil em decorrência do Coronavírus e os discursos negacionistas circulando em plenitude. Circulando mesmo pelos corpos. Gente na praia, nos bares.      Uma barbaridade. O vírus pode realmente afetar tanto quem é jovem, com histórico de atleta, quanto pessoas com alguma comorbidade. Ou seja, podemos todos ser afetados por ele, o invisível e inaudível. No entanto, é fato também que o acesso e as formas de tratamento não são definitivamente os mesmos. Li relatos de pessoas que foram transferidas de helicópteros (com unidade móvel de UTI) do Nordeste para os melhores hospitais de São Paulo. Ouvi relatos de gente que pôde se isolar em casa de campo, para que não afetas