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Morfina

Estou.
Sou.
Ardo.
Existo.
Gosto.
Gozo.
Assumo o risco.
Risco.
Traço frágil.
Que corta.
Que contorna.
O limiar?
Produz-se o in-finito.
A lua que não enxergamos tão cheia assim.
O mesmo céu que recobriu, nos cobriu.
Descobriu.
Está claro em cores:
À nossa frente, a lua grande nos oferece um bom dia.
Do lado oposto, o sol aponta o dia a-penas,
nem tão novo assim.
(O que me lembra que o bom é por minha conta)
Iludida?
Necessário isso se faz.
Sem controle.
Assim espero.
Assim desejo preferir.
A vida se bordeja em ausências.
Presente
alguém alivia minha dor.
Live and Leave. 

(Escuchando_ Carol Gold_Copyright 2012 Jafe Parsons)

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Outras notas

Barbari(e)dade

     Na antiguidade, bárbaros eram os povos que não falavam a mesma língua dominante. O estrangeiro, o outro. Depois vemos esse sentido circular em torno daquele que não é civilizado, rude. Em tempos de pandemia, talvez retornemos a esse lugar: não estamos falando a mesma língua. Quase uma média de 1000 mortos por dia no Brasil em decorrência do Coronavírus e os discursos negacionistas circulando em plenitude. Circulando mesmo pelos corpos. Gente na praia, nos bares.      Uma barbaridade. O vírus pode realmente afetar tanto quem é jovem, com histórico de atleta, quanto pessoas com alguma comorbidade. Ou seja, podemos todos ser afetados por ele, o invisível e inaudível. No entanto, é fato também que o acesso e as formas de tratamento não são definitivamente os mesmos. Li relatos de pessoas que foram transferidas de helicópteros (com unidade móvel de UTI) do Nordeste para os melhores hospitais de São Paulo. Ouvi relatos de gente que pôde se isolar em casa de campo, para que não afetas