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"Popatapataio"

Ele (3a.) brinca com espelho, objeto de risco aparente.
Ela (26a.) o adverte.
Ele guarda.
Ela não vê.
Ela abre o armário para pegar uma blusa.
O espelho cai.
Um corte no dedo.
Gotículas de sangue sobre o chão, ainda limpo.
Silêncio, respira, dorificação.
Ela vê estrelas de dor.
Ele vê com estranheza a dor e as estrelas.
Ele: Tia, tira esse machucado.
Ela: Só o tempo agora.
Ele: Ah, tá. (E sorri com leveza)

O tempo é o pó pra tapar o talho. (...)(?)





Comentários

  1. Um comando... Uma ordem. [Insanos e sustentavelmente insensatos].O ciclo natural da re-caída. Como é irônico e sarcástico esse prazer de nossos conselhos tentarem aos outros, mas não a nós. Estímulo-respostas, esse comportamentalismo?

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Outras notas

Barbari(e)dade

     Na antiguidade, bárbaros eram os povos que não falavam a mesma língua dominante. O estrangeiro, o outro. Depois vemos esse sentido circular em torno daquele que não é civilizado, rude. Em tempos de pandemia, talvez retornemos a esse lugar: não estamos falando a mesma língua. Quase uma média de 1000 mortos por dia no Brasil em decorrência do Coronavírus e os discursos negacionistas circulando em plenitude. Circulando mesmo pelos corpos. Gente na praia, nos bares.      Uma barbaridade. O vírus pode realmente afetar tanto quem é jovem, com histórico de atleta, quanto pessoas com alguma comorbidade. Ou seja, podemos todos ser afetados por ele, o invisível e inaudível. No entanto, é fato também que o acesso e as formas de tratamento não são definitivamente os mesmos. Li relatos de pessoas que foram transferidas de helicópteros (com unidade móvel de UTI) do Nordeste para os melhores hospitais de São Paulo. Ouvi relatos de gente que pôde se isolar em casa de campo, para que não afetas