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Sinestesia

Desejo.
Saudade.
Presença.
Palavras doces, ternas
Cortantes
Acalanto nos braços
Textura da pele lisa, serena
Palavras no silêncio
Silêncio no instante
Delírio de que o tempo possa parar
Mas a fauna anuncia que o dia está se acendendo
Pássaros e seus cantos preveem a manhã
Um galo insiste em marcar o tempo
Levanto-me, visto-me
Respiro os primeiros ares da manhã
Muitos tons de céus já observados dali
Matizes de azul, púrpura e dourado
E de forma inédita, algo que também sempre nos testemunha:
as nuvens, desenhos móveis, perfeitos, do tempo que nunca cessa.
Bom dia.

(Em um verão febril)

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Outras notas

Barbari(e)dade

     Na antiguidade, bárbaros eram os povos que não falavam a mesma língua dominante. O estrangeiro, o outro. Depois vemos esse sentido circular em torno daquele que não é civilizado, rude. Em tempos de pandemia, talvez retornemos a esse lugar: não estamos falando a mesma língua. Quase uma média de 1000 mortos por dia no Brasil em decorrência do Coronavírus e os discursos negacionistas circulando em plenitude. Circulando mesmo pelos corpos. Gente na praia, nos bares.      Uma barbaridade. O vírus pode realmente afetar tanto quem é jovem, com histórico de atleta, quanto pessoas com alguma comorbidade. Ou seja, podemos todos ser afetados por ele, o invisível e inaudível. No entanto, é fato também que o acesso e as formas de tratamento não são definitivamente os mesmos. Li relatos de pessoas que foram transferidas de helicópteros (com unidade móvel de UTI) do Nordeste para os melhores hospitais de São Paulo. Ouvi relatos de gente que pôde se isolar em casa de campo, para que não afetas