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Mostrando postagens de maio, 2012

A empada e a lâmpada que não era do Aladim

Naquele natal não montara a árvore de natal: na véspera pegou apenas um enfeitizinho amarelado para não passar só em branco. As compras foram feitas, presentinhos para os próximos, de uma forma a retribuir naturalmente o que ganharia com um sorriso de que já sabia bem como funcionavam os scripts. Naquela tarde, aliás como já em outras, não havia compromissos formais. Era a época dos encontros e reencontros sociais e confraternizações coletivas. Certo. Um copo de cerveja. Desce bem, gelada. Movimentos de gente subindo e descendo. Vários ois, um e outro abraço. Sorriso. Percebe-se que estava em jejum. E sabe que se assim permanecer, logo mais, estará vomitando e dormindo, o que estragará a noite de alguém que conta com sua presença, pelo menos. Pede-se uma empada de... palmito (poderia ser de qualquer coisa, escolheu mais por opção de não se lembrar de ter já pedido alguma vez esse recheio). Do jeito que se serve,  a gente vê como comer. Se tem garfo e faca, então já se def

Eclipses trazem eclipses

Já disse o artista que na noite não precisamos de luz elétrica para podermos ver na escuridão os brilhos das estrelas. O homem, uma mulher sabem disso, mas diante da necessidade de ter que expressar algo e registrar algumas divagações, a eletricidade torna-se uma companheira ou cúmplice. A luz também já queima, a bateria do computador também acaba. O sangue continua a percorrer as veias, as artérias A respiração leve e ofegante O eclipse que neste momento aguardo não é somente da lua, mas também o meu. Relacionamento entre pessoas_ o viver, o conviver, o desejar, o querer, o poder, o deixar, o levar. Há um feixe de luz de uma lanterna amarela, que ainda insiste em mostrar minha sombra, um mini eclipse entre penumbras e luzes num quarto de quatro paredes, uma janela e uma porta (quantos quartos, salas, cozinhas e banheiros agora ocupados entre eclipses de pessoas que não dormem por dor, opção e trabalho.) Um contentamento de um ano que se conclui e os breve

Sensações que ficam

Passar em uma ponte que balança Passar em uma     pinguela! Forçar o estalar dos dedos e do polegar... Afundar a mão em um pote de feijão* no supermercado *milho, lentilha, alpiste! Acender sozinha a luz de um quarto mal-assombrado Esconder debaixo da cama das visitas estranhas que chegam Cortar os vãos dos dedos com o passar das páginas de livro grosso. Formar imagens com os desenhos móveis das nuvens. Sentir o aroma da boca do outro sem tocar Ouvir palavras desejadas       no silêncio --- (aqui meu muito obrigada a uma amiga de vozes, Lilian Fernandes, por ter me apresentado Amelie, numa tarde de 2007) E os ecos continuam...

Desejante

Um ser que deseja. A possibilidade de deixar aqui metáforas, subjetividades A não legenda, a não moral Um ser que deseja. A possibilidade de ouvir o que os outros não podem escutar. Não por impossibilidade ou Incapacidade. É que os pensamentos estão no “mute”. O estranhamento diante de leituras, o inacabado diante das letras, dos vídeos, dos registros Das linguagens. O encantamento e a aprendizagem diante delas. Como ser de linguagem, de pensamento, matéria, tudo continua por incompleto  também. O sentir em As imagens correm. Os movimentos . As ações. Eles estão aos montes, a velocidades incríveis. Os pensamentos. Parecem perigosos os sentidos de quererem acompanhá-los. Escutar-se. Escutar a própria pulsação às vezes não é tarefa fácil um processo. Não há fim de incertezas, incompreensões, dúvidas, não saberes. A sustentação do ser desejante de... Não espere complemento