Naquele natal não montara a árvore
de natal: na véspera pegou apenas um enfeitizinho amarelado para não passar só
em branco.
As compras foram feitas,
presentinhos para os próximos, de uma forma a retribuir naturalmente o que
ganharia com um sorriso de que já sabia bem como funcionavam os scripts.
Naquela tarde, aliás como já em
outras, não havia compromissos formais. Era a época dos encontros e reencontros
sociais e confraternizações coletivas.
Certo. Um copo de cerveja. Desce
bem, gelada. Movimentos de gente subindo e descendo. Vários ois, um e outro
abraço. Sorriso.
Percebe-se que estava em jejum. E
sabe que se assim permanecer, logo mais, estará vomitando e dormindo, o que
estragará a noite de alguém que conta com sua presença, pelo menos.
Pede-se uma empada de... palmito
(poderia ser de qualquer coisa, escolheu mais por opção de não se lembrar de
ter já pedido alguma vez esse recheio).
Do jeito que se serve, a gente vê como comer. Se tem garfo e faca,
então já se define naturalmente.
Primeiro pedaço.
Quando olho no buraco que se abre
em meio à empada, vejo algo brilhante transparente. Um plástico? Sim. Em
detalhes: uma lâmpada de pisca-pisca de natal transparente no meio do recheio
da empada de palmito.
Uma pegadinha? Não, não vivo numa
cidade de emissoras que vão trabalhar durante o natal para pegadinhas em ruas.
Garçonete?
...
ahahahahah
Quatro homens amigos na mesa:
1 Nossa! Que absurdo! haha
2 Isso é falta de uma vigilância
decente!
3 Estão te testando! Tenha
paciência!
4 Por que você não esfregou como o
Aladim? (esse tem 10 anos)
E eu: um silêncio, um mal estar de
que é melhor não pensar em: e se eu tivesse engolido? e se fosse uma criança?
Menos, querida!
Tudo bem.
Um sinal temático então: luzinha
de pisca-pisca só pode ser de Natal.
Ah sim! Claro! Como não?!
Véspera de Natal.
Tempo
de lembrar e conversar com quem se conviveu e dividiu momentos bons naqueles
meses anteriores. O desejo de sentimentos bons. O dar e o receber numa linha
tênue.
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