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Um cuspe e uma flor: manifesto


Do começo de onde não se imaginava, ela vê:

Quanta hipocrisia existente nas relações intrincadas de mentiras...
rachadas de dogmas, de crenças...
desconfio de qualquer espécie de boa conduta vinda do imperativo: "o melhor para o outro é isso", "isso é para o seu bem".
Vá se dar um pouco para perceber a si mesmo...
não aceito o amor que vem do egoísmo...
do bem estar social...
das pieguices de um eu podre...
Humilhações de quem diz lhe amar são as piores.
É preciso que falemos de preconceitos,
de dor,
de tortura psicológica,
de medos,
de tortura física,
de mulheres sendo estupradas todos os dias pelos mesmos homens,
de mulheres tendo de aceitar sorrisos e cavalheirismos de homens que julgam ser isso o melhor para elas, sem nunca escutá-las.
É preciso que falemos que há os casamentos que são bons contratos e outros que são construídos no silêncio, no medo, na violência diária,
que há também namoros que dão tranquilidade e que sufocam delicadamente todos os dias. 
É preciso que haja os revoltados,
os lunáticos,
para que se diga que tudo não é mais nada...
que nunca foi.
Se calarmos diante do cotidiano e das pessoas cotidianas e do mundo cotidiano,
será a prova de que nos rendemos por muito pouco.
Ser ambicioso.
Acredito na felicidade, ainda que por um segundo e um sorriso...
Eu acredito na paixão avassaladora.
No amor incondicional.
No sexo visceral.
No prazer sem culpa.
Eu acredito que as coisas sejam mais simples e menos dogmáticas.
E menos justificadas.
E menos sem sentidos.
E mais sentidas.
C’est La vie...
c’est La mort...
Je suis.

(Primavera/ ano não revelado)

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