Pular para o conteúdo principal

Postagens

Mostrando postagens de 2012

"Popatapataio"

Ele (3a.) brinca com espelho, objeto de risco aparente. Ela (26a.) o adverte. Ele guarda. Ela não vê. Ela abre o armário para pegar uma blusa. O espelho cai. Um corte no dedo. Gotículas de sangue sobre o chão, ainda limpo. Silêncio, respira, dorificação . Ela vê estrelas de dor. Ele vê com estranheza a dor e as estrelas. Ele: Tia, tira esse machucado. Ela: Só o tempo agora. Ele: Ah, tá. (E sorri com leveza) O tempo é o pó pra tapar o talho. (...)(?)

Fazendo arte

D e algumas sensações não só no teatro... No discurso de liberdade, ele estava acorrentado. Era ele a corrente? Não sei... Tive minhas dúvidas. Ele lentamente pega o álcool, joga por todo o tablado. Tensão. Atenção. Morrerei agora? Não sei. Não o conheço. Mas quero ficar pra ver ou morrer. Sim, neste instante, não tenho medo da morte. Ele risca um... dois fósforos e a cada pequena luminosidade, uma luz se desperta. É o fogo. Mas não lá. É aqui. Aqui dentro. (Curso livre de teatro 14bis. Apresentação de Tiago Silva , na conclusão do módulo ministrado por T uany Mancini .)

Para o último 'tweet'

Às vezes, é apagar  'só' Às vezes, vale despedir Caracteres que dizem muito em pouco Ou em nada E seguimos guardando segredos de liquidificador. (Imagem de autor perdido)

Palavras "de vida"

Devida Divida Dívida De vida di vi di da "Dive"  (Jenny Evans_Australia) (noite de 'sol' e pouco ar)

Morfina

Estou. Sou. Ardo. Existo. Gosto. Gozo. Assumo o risco. Risco. Traço frágil. Que corta. Que contorna. O limiar? Produz-se o in-finito. A lua que não enxergamos tão cheia assim. O mesmo céu que recobriu, nos cobriu. Descobriu. Está claro em cores: À nossa frente, a lua grande nos oferece um bom dia. Do lado oposto, o sol aponta o dia a-penas, nem tão novo assim. (O que me lembra que o  bom  é por minha conta) Iludida? Necessário isso se faz. Sem controle. Assim espero. Assim desejo preferir. A vida se bordeja em ausências. Presente alguém alivia minha dor. Live and  Leave.  (Escuchando_ Carol Gold_Copyright 2012 Jafe Parsons)

Azul não da cor do mar

Céu em Guaxupé-MG (2011) ela_25: Olha que lindo o céu hoje! Ele_02 e meio: Cadê, titia?! ela: Aqui, tudo que está acima da gente! Ele: Cadê? Cadê?! ela: Tudo que está azul, com as nuvens... Ele: Céu!!! ela: Cadê?

Em tempo

A música que oscila entre o mais doce e o mais agressivo. Um tempo Uma pausa Um silêncio maior Uma espera Uma voz que diz o não esperado de uma leveza que chega a cavar profundo Não há legendas Há certezas perguntas e olhares diretos Sem intermediários Vontade incessante de ouvir muitas muitas vezes um instrumental Ensaios de uma obra não acabada Ensaios de algo que não tem fim próximo Ensaios de aproximação Ensaios de percepções e escutas Ensaios de falas que atravessam Ensaios de horas que não passam Ensaios que esgotam mas que são desejados para continuarem Ensaios de falas nunca ditas Ensaios de organicidade   comunicabilidade sintonia alma sustentação. Imagem linda. E músicas tão lindas também. (Madrugada de primavera dos "amores inconfessos")

“E o que é felicidade, meu amor”?

Fe o quê? Felicidade. Ah... é isso. Isso pode ser alguma coisa que te faz acelerar o coração, querer virar a madrugada acordado, sorrir de gargalhadas nada estridentes, caminhar com os pés flutuantes, ouvir a própria pulsação, escutar os pingos de chuva, tatear a pétala de rosa como criança que quer descobrir  texturas e que, em segundos, já tira e despedaça a flor de brilho e lembrança e(terna). (Em uma primavera de humor)

Equívoco necessário

Quis te pensar, mas passei. Lá se foi. Foto: Lucas Cyrino - Argentina (2012) (Em uma tarde de inverno)

Palavras de "ai"

Ai de mim Ai mim Ai me I’m! (ORCHIS - pintura de Ana Luisa Kaminski)

Um cuspe e uma flor: manifesto

Do começo de onde não se imaginava, ela vê: Quanta hipocrisia existente nas relações intrincadas de mentiras... rachadas de dogmas, de crenças... desconfio de qualquer espécie de boa conduta vinda do imperativo: "o melhor para o outro é isso", "isso é para o seu bem". Vá se dar um pouco para perceber a si mesmo... não aceito o amor que vem do egoísmo... do bem estar social... das pieguices de um eu podre... Humilhações de quem diz lhe amar são as piores. É preciso que falemos de preconceitos, de dor, de tortura psicológica, de medos, de tortura física, de mulheres sendo estupradas todos os dias pelos mesmos homens, de mulheres tendo de aceitar sorrisos e cavalheirismos de homens que julgam ser isso o melhor para elas, sem nunca escutá-las. É preciso que falemos que há os casamentos que são bons contratos e outros que são construídos no silêncio, no medo, na violência diária, que há também namoros que dão tranquilidade e que sufo

Pessoas na agenda

Esta é uma historinha. É sobre a agenda Charme , da Tilibra, capa dura, presente de Natal. Eu queria nada no Natal de 94/95 e ganhei. Já que aquele nada ganhou materialidade, nele registro pessoas conhecidas, vividas, vivas e mortas. Um comentário sobre isso: Uma agenda de 1995 tornou-se o lugar onde anoto os aniversários de pessoas que conheço na vida. Depois há quem diga que não me esqueço de aniversário de ninguém. Pudera... Todo mundo que me fala a festiva data, eu anoto. Às vezes, chego bêbada em casa, abro a gaveta, pego a agenda, caneta e escrevo. Não raras vezes, não me lembro como descobri tal data de tal pessoa. Mas confio. Sempre que liguei para dar os parabéns, mesmo não tendo certeza, acerto. Há quem diz: Nossa! Você lembrou! Sou educada e hipócrita: não tem como esquecer... Só não digo que não esqueço por causa da agenda de 1995... Mas tudo bem, hoje em dia tem orkut, facebook, twitter, wikipedia.  Não é difícil tarefa descobrir ou ser lembrada de aniversár

A empada e a lâmpada que não era do Aladim

Naquele natal não montara a árvore de natal: na véspera pegou apenas um enfeitizinho amarelado para não passar só em branco. As compras foram feitas, presentinhos para os próximos, de uma forma a retribuir naturalmente o que ganharia com um sorriso de que já sabia bem como funcionavam os scripts. Naquela tarde, aliás como já em outras, não havia compromissos formais. Era a época dos encontros e reencontros sociais e confraternizações coletivas. Certo. Um copo de cerveja. Desce bem, gelada. Movimentos de gente subindo e descendo. Vários ois, um e outro abraço. Sorriso. Percebe-se que estava em jejum. E sabe que se assim permanecer, logo mais, estará vomitando e dormindo, o que estragará a noite de alguém que conta com sua presença, pelo menos. Pede-se uma empada de... palmito (poderia ser de qualquer coisa, escolheu mais por opção de não se lembrar de ter já pedido alguma vez esse recheio). Do jeito que se serve,  a gente vê como comer. Se tem garfo e faca, então já se def

Eclipses trazem eclipses

Já disse o artista que na noite não precisamos de luz elétrica para podermos ver na escuridão os brilhos das estrelas. O homem, uma mulher sabem disso, mas diante da necessidade de ter que expressar algo e registrar algumas divagações, a eletricidade torna-se uma companheira ou cúmplice. A luz também já queima, a bateria do computador também acaba. O sangue continua a percorrer as veias, as artérias A respiração leve e ofegante O eclipse que neste momento aguardo não é somente da lua, mas também o meu. Relacionamento entre pessoas_ o viver, o conviver, o desejar, o querer, o poder, o deixar, o levar. Há um feixe de luz de uma lanterna amarela, que ainda insiste em mostrar minha sombra, um mini eclipse entre penumbras e luzes num quarto de quatro paredes, uma janela e uma porta (quantos quartos, salas, cozinhas e banheiros agora ocupados entre eclipses de pessoas que não dormem por dor, opção e trabalho.) Um contentamento de um ano que se conclui e os breve

Sensações que ficam

Passar em uma ponte que balança Passar em uma     pinguela! Forçar o estalar dos dedos e do polegar... Afundar a mão em um pote de feijão* no supermercado *milho, lentilha, alpiste! Acender sozinha a luz de um quarto mal-assombrado Esconder debaixo da cama das visitas estranhas que chegam Cortar os vãos dos dedos com o passar das páginas de livro grosso. Formar imagens com os desenhos móveis das nuvens. Sentir o aroma da boca do outro sem tocar Ouvir palavras desejadas       no silêncio --- (aqui meu muito obrigada a uma amiga de vozes, Lilian Fernandes, por ter me apresentado Amelie, numa tarde de 2007) E os ecos continuam...

Desejante

Um ser que deseja. A possibilidade de deixar aqui metáforas, subjetividades A não legenda, a não moral Um ser que deseja. A possibilidade de ouvir o que os outros não podem escutar. Não por impossibilidade ou Incapacidade. É que os pensamentos estão no “mute”. O estranhamento diante de leituras, o inacabado diante das letras, dos vídeos, dos registros Das linguagens. O encantamento e a aprendizagem diante delas. Como ser de linguagem, de pensamento, matéria, tudo continua por incompleto  também. O sentir em As imagens correm. Os movimentos . As ações. Eles estão aos montes, a velocidades incríveis. Os pensamentos. Parecem perigosos os sentidos de quererem acompanhá-los. Escutar-se. Escutar a própria pulsação às vezes não é tarefa fácil um processo. Não há fim de incertezas, incompreensões, dúvidas, não saberes. A sustentação do ser desejante de... Não espere complemento

Início – primeira vez – origem – princípio – o melhor de mim – o pior de mim

[Uma personagem. Ambiente com baixa luminosidade. Ao longo da narrativa, outros três personagens iluminam com suas lanternas o espaço e o corpo daquela personagem. Uma caixa metálica fosca, velha, com rodas quadradas.] A primeira vez foi num parque de diversões. Até que enfim a hora marcada do trem. Mas aquilo me soou estranho. O que na minha imaginação poderia ser prazer e emoção tornou-se apenas um compromisso. O gostoso da brincadeira é o brincar. Que coisa estranha marcar, agendar a data e o horário para ir se entreter. - Você tem direito a cinco fichas. Pode escolher seus brinquedos. Isso era uma das partes geradoras de todo aquele superficialismo. Eu não precisara nunca de fichas ou ingressos para me divertir. E como poderia parar no meio da brincadeira, caso não mais quisesse continuar? Nem pensava em imprevistos possíveis, mas no simples desejo de não querer ir além. É certo que quem não aguentasse poderia gritar, espernear-se, chorar, e então eles parariam. Ma

Imagens_sons_ ruídos_sombras

T udo isso me chama atenção e se distorce completamente em outras imagens e pensamentos enquanto durmo ou imaginalizo mais. Uma cebola Descamando-se ou sendo Descamada Nada mais sincero naturalmente, cruelmente, cru... O reduzir-se a nada Se não há castigo Não há também Milagres. Que importa se for sofisma, tese, antítese... É... só é... ponto final Se buscava antes motivações E vontades para respirar Agora mais sinto Necessidade Mas por ser algo puramente Físico Só isso. Imagens_sons_ruídos_sombras (Parte II) Perda de peso Cabelos mais curtos Penteados Ajeitados Acomodados Rosto se definindo “Você está se tornando mulher” O riso só se entrega Não pelos lábios, dentes - a boca é bonita. Mas pelos olhos. Detalhadamente: Abaixo dos olhos Ali o desmascaramento da hipocrisia ao sarcasmo, ao mais puro lirismo. Dar o valor à abertura Voluntária da boca _ o momento, a companhia, o bate-papo Talvez haja boletins Imaginários de participação das p